sexta-feira, 21 de março de 2014

Educação Escolar de Pessoas com Surdez- AEE



Educação Escolar de Pessoas com Surdez- AEE
                   Sabemos que existe questionamentos e embates entre estudiosos e pensadores das tendências gestualistas e oralistas,  que envolvem a educação das pessoas com surdez, tendo como fundamentação as três  abordagens seguintes: a Oralista, a Comunicação Total e a abordagem do Bilinguismo. O fato é que enquanto a discussão acontece em volta da aceitação de uma língua ou de outra, as pessoas com surdez terminam sendo desrespeitadas  e vivenciando  uma condição de exclusão. Diante do exposto temos autores como  Mirlene Ferreira e Josimário de Paulo que nos esclarece melhor a esse respeito em seus estudos.
                Norteando um pouco as abordagens iremos relatar conforme Witkoski (2009), a respeito do oralismo que nos relata ser uma técnica de leitura labial, sendo vista como a possibilidade do surdo compensar o sentido da audição para ter acesso às informações por meio das palavras faladas. Na comunicação total  temos a utilização de  todo e qualquer recurso possível para a comunicação, considerando as áreas cognitivas, linguísticas e afetivas dos alunos.  Temos uma proposta que segundo Sá (1999), apud Damásio,  não dá o devido valor a Língua de Sinais.
As duas tendências negam  a língua natural das pessoas com surdez, ocasionando  perdas significativas na vida social e educacional dos mesmos.
                  Essas são propostas que desacreditam da perspectiva inclusiva, por separarem as pessoas com surdez das pessoas ouvintes, deixando de valorizar suas potencialidades,surge então a necessidade de  rompermos com o embate gestualistas e oralistas, por acreditar que ele prejudica o desenvolvimento das pessoas com surdez na instituição escolar, quando seu foco está direcionado  para o problema de língua em si.

                 A Proposta Bilíngue não privilegia uma  língua, mas quer dar direito e condições ao individuo surdo de poder fazer uso de duas línguas, o individuo escolherá a língua que irá utilizar em cada situação linguística em que se encontrar. Podemos afirmar conforme Damásio (2007), que a abordagem educacional por meio  do bilinguismo visa capacitar a pessoa com surdez para a utilização de duas línguas no cotidiano escolar e na vida social, quais sejam: a Língua de Sinais e a língua da comunidade ouvinte. Desta forma, através do aprendizado da língua natural, que deve ser também a língua materna, a pessoa surda terá acesso aos processos que permitirão todo seu desenvolvimento linguístico e cognitivo. Conforme os autores Mirlene Ferreira e Josimário de Paulo(2010), isso nos faz pensar na pessoa com surdez não reduzida ao chamado mundo surdo, mas como ser biopsicossocial, cognitivo, cultura.
                    Colocamos que no contexto, da Educação Especial, na perspectiva inclusiva, temos  o serviço complementar do Atendimento Educacional Especializado para pessoa com surdez -AEE PS  na escola comum, que  oferece para a pessoa com surdez  novas possibilidades, em que a Libras e a Língua Portuguesa escrita são línguas de comunicação e instrução.  Na forma de Atendimento Educacional Especializado para pessoas com surdez –AEE PS no Brasil, segundo Damásio (2007), precisa ser organizado em três  momentos didáticos pedagógicos: Atendimento Educacional Especializado em Língua de Sinais Atendimento Educacional Especializado para o ensino da Língua de Sinais, e Atendimento Educacional para o ensino de Língua Portuguesa escrita. Dessa maneira a organização didática do AEE PS é feita conforme a formação do professor e de acordo com o diagnóstico inicial do aluno com surdez. Buscando  atender as necessidades  do aluno e complementar aspectos do seu desenvolvimento acadêmico faz se necessário  promover o AEE  PS em três momentos didático- pedagógicos:
AEE em LIBRAS - é o atendimento realizado todos os dias para os alunos com surdez  na escola comum em que os conteúdos  ministrados na sala de aula  são explicados em Libras por um professor, preferencialmente surdo.
AEE  de LIBRAS - é o atendimento realizado  na escola comum, em que os alunos com surdez terão aulas de Libras proporcionando o conhecimento e a aquisição, principalmente de termos científicos dessa Língua.
AEE  de Língua Portuguesa - é o atendimento realizado todos os dias para os alunos com surdez  na escola comum, no qual  são trabalhadas as especificidades dessa língua, à parte das aulas da turma comum, por uma professora de Língua Portuguesa.
                  Este plano de AEE PS deve respeitar o ambiente comunicacional das duas línguas e a participação ativa e interativa dos alunos com surdez, assegurando uma aprendizagem efetiva desses alunos estimulando e explorando suas habilidades e potencialidades, oferecendo recursos tecnológicos modernos em um ambiente estimulador que desafiem o pensamento e explorem suas capacidades em todos os sentidos.