Educação Escolar de Pessoas com Surdez- AEE
Sabemos que existe
questionamentos e embates entre estudiosos e pensadores das tendências
gestualistas e oralistas, que envolvem a
educação das pessoas com surdez, tendo como
fundamentação as três abordagens
seguintes: a Oralista, a Comunicação Total e a abordagem do Bilinguismo. O fato
é que enquanto a discussão acontece em volta da aceitação de uma língua ou de outra, as
pessoas com surdez terminam sendo desrespeitadas e vivenciando
uma condição de exclusão. Diante do exposto temos autores como Mirlene
Ferreira e Josimário de Paulo que nos esclarece melhor a esse respeito em seus
estudos.
Norteando um pouco as abordagens iremos relatar conforme Witkoski (2009),
a respeito do oralismo que nos relata ser uma técnica de leitura labial, sendo vista
como a possibilidade do surdo compensar o sentido da audição para ter acesso às
informações por meio das palavras faladas. Na comunicação total temos a utilização de todo e qualquer recurso possível para a
comunicação, considerando as áreas cognitivas, linguísticas e afetivas dos
alunos. Temos uma proposta que segundo
Sá (1999), apud Damásio, não dá o devido
valor a Língua de Sinais.
As
duas tendências negam a língua natural
das pessoas com surdez, ocasionando
perdas significativas na vida social e educacional dos mesmos.
Essas são propostas que desacreditam da perspectiva inclusiva, por separarem as pessoas com surdez das pessoas
ouvintes, deixando de valorizar suas potencialidades,surge então a necessidade
de rompermos com o embate gestualistas e
oralistas, por acreditar que ele prejudica o desenvolvimento das pessoas com
surdez na instituição escolar, quando seu foco está direcionado para o problema de língua em si.
A Proposta Bilíngue não
privilegia uma língua, mas quer dar
direito e condições ao individuo surdo de poder fazer uso de duas línguas, o
individuo escolherá a língua que irá utilizar em cada situação linguística em
que se encontrar. Podemos afirmar conforme Damásio (2007), que a abordagem
educacional por meio do bilinguismo visa
capacitar a pessoa com surdez para a utilização de duas línguas no cotidiano
escolar e na vida social, quais sejam: a Língua de Sinais e a língua da
comunidade ouvinte. Desta forma, através do aprendizado da língua natural, que
deve ser também a língua materna, a pessoa surda terá acesso aos processos que
permitirão todo seu desenvolvimento linguístico e cognitivo. Conforme os autores Mirlene
Ferreira e Josimário de Paulo(2010), isso nos faz pensar na pessoa com surdez
não reduzida ao chamado mundo surdo, mas como ser biopsicossocial, cognitivo,
cultura.
Colocamos que no contexto, da Educação
Especial, na perspectiva inclusiva, temos
o serviço complementar do Atendimento Educacional Especializado para
pessoa com surdez -AEE PS na escola
comum, que oferece para a pessoa com
surdez novas possibilidades, em que a
Libras e a Língua Portuguesa escrita são línguas
de comunicação e instrução. Na forma de
Atendimento Educacional Especializado para
pessoas com surdez –AEE PS no Brasil, segundo Damásio (2007), precisa ser
organizado em três momentos didáticos
pedagógicos: Atendimento Educacional Especializado em Língua de Sinais Atendimento
Educacional Especializado para o ensino da Língua de Sinais, e Atendimento
Educacional para o ensino de Língua Portuguesa escrita. Dessa maneira a organização didática
do AEE PS é feita conforme a formação do professor e de acordo com o diagnóstico
inicial do aluno com surdez. Buscando atender as necessidades do aluno e complementar aspectos do seu
desenvolvimento acadêmico faz se necessário
promover o AEE PS em três
momentos didático- pedagógicos:
AEE
em LIBRAS - é o atendimento realizado todos os dias para os alunos com
surdez na escola comum em que os
conteúdos ministrados na sala de
aula são explicados em Libras por um
professor, preferencialmente surdo.
AEE de LIBRAS - é o atendimento realizado na escola comum, em que os alunos com surdez
terão aulas de Libras proporcionando o conhecimento e a aquisição,
principalmente de termos científicos dessa Língua.
AEE de Língua Portuguesa - é o atendimento
realizado todos os dias para os alunos com surdez na escola comum, no qual são trabalhadas as especificidades dessa
língua, à parte das aulas da turma comum, por uma professora de Língua Portuguesa.
Este plano de AEE PS deve
respeitar o ambiente
comunicacional das duas línguas e a participação ativa e interativa dos alunos
com surdez, assegurando uma aprendizagem efetiva desses
alunos estimulando e explorando suas habilidades e potencialidades, oferecendo
recursos tecnológicos modernos em um ambiente estimulador que desafiem o
pensamento e explorem suas capacidades em todos os sentidos.